segunda-feira, 27 de maio de 2013

Quem é de Axé diz que é.


O BORI é o ritual que harmoniza o ORI, dando assim a possibilidade de transformar um " ORI BURUKU" em "ORI RERE".

É através do Jogo de Búzios que o Bàbálòrìsá e/ou Ìyálòrìsá recebe as instruções para realizar este ato (BORI) ritualístico que possibilitará não só a mudança da sorte como também a manutenção da mesma, para que não se perca.

É o BORI que diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza, trazendo a esperança, alegria e a harmonia. Desta forma, o BORI é uma das oferendas mais importantes que visa o bem estar individual no Candomblé.

O Ritual de Bori é muito sério, complexo e profundo. Por isso, o Sacerdote deve ter grande conhecimento e respeito em relação à questão do Ori e da evolução humana. Ori é o Orisá mais importante na vida de um homem, uma vez que, sem ele, o homem simplesmente não existiria. Ori significa, literalmente, cabeça e é, misticamente, o primeiro Orisá a ser cultuado. É ele o portador do destino humano.

O Ritual de Bori independe de qualquer processo iniciático e independe do culto aos outros Orisás.(variando assim de casa para casa, mas, sem fugir da finalidade em si). Seu objetivo é o de alimentar o Ori, seja qual for o sexo, raça, profissão, idade, nível social da pessoa. Com este ritual busca-se o equilíbrio através da ação do Ori, condutor do destino pessoal. Muitas vezes se realiza um ritual de Bori com o objetivo de afastar o mal do caminho da pessoa, o que não significa que, retirada esta ameaça nenhum outro mal possa ocorrer. Assim sendo, o Ritual de Bori não tem "prazo de validade", não tem freqüência determinada (anual, semestral, mensal, etc.), devendo ser repetido sempre que se mostre necessário.

O Odu manifestado através do" jogo" é que determina a necessidade de realização do Bori e indica quais materiais devem ser usados. Há dois tipos de Bori:

Aquele que é considerado pré-requisito para uma iniciação, ou seja, primeiramente se alimenta o Ori, divindade pessoal, para a seguir, alimentar outros Orisás.

Aquele realizado a fim de buscar a solução de um problema que aflige a pessoa através do alimento oferecido ao seu Ori, sem que haja necessidade de iniciação.

O local mais apropriado para realização deste ritual é a casa de santo. Este deve ter bom senso quanto a necessidade de recolhimento. Se o Bori for acompanhado de Eje, é recomendável o recolhimento como meio de repouso e proteção, pois o Ori que está sendo venerado não deve receber energia do sol nem do sereno. O recolhimento evita, ainda, que a "sombra daquele que passou pelo bori seja pisada."

O Sacerdote deve saber que durante este ritual a pessoa somente poderá entrar em transe no momento que seu Orisá for louvado. No bori, não se tem o costume de ter a presença do Òrìsá, uma vez que é um ritual destinado a "alimentação da cabeça". Deve conhecer a finalidade e o significado de cada material que usa. Omi, Obi e Orogbò, por exemplo, são elementos indispensáveis no BORI. Omi, a água, representa paz, abundância e fertilidade, enquanto o Obi e o Orogbò é usado para aplacar a fúria das adversidades, alimentar e agradar às divindades.

O jogo de búzios determinará, através de Odu, que material deve ser usado no Bori e este material poderá ser desde apenas uma quartinha com água e um Obi até uma oferenda maior.

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