FALANGE DE EXU MALANDRO
Hoje vamos falar um pouco sobre a Falange de Exús Malandros e Malandras na Linha de Umbanda, como o próprio nome já diz, e uma religião que une varias bandas, os grupos e suas diferenças são todos bem recebidos, pois como diz a escritura ninguém e tão pobre que não tenha nada para dar, ao contrario da maioria dos segmentos religiosos existentes, a Umbanda não só recebe esses grupos como também da a eles liberdade na forma de trabalho a ser utilizada desde que os mesmos não inflijam ou fujam dos 3 pilares principais da doutrina umbandista que e a prática da fé, da esperança e da caridade. “essa é a nossa Umbanda”.
A medida que nos aprofundamos no estudo e conhecimento das bandas de trabalho na Umbandanos deparamos com uma lista extensa de falanges que vão de crianças (Eres) a Eguns (espíritos), da direita a esquerda, do oriente ao ocidente, da conhecida benzeção as técnicas magísticas dos povos do oriente, da pajelança indígena ao passe mediúnico europeu, todos com o único intuito de praticar a caridade.
O Brasil, talvez, por ser um pais muito rico em culturas diferentes, ofereceu uma quantidade considerável de falanges para a Umbanda, entre elas se destacam os Pretos Velhos e osCaboclos, como a Umbanda também absorveu grupos que já existiam em outras correntes espiritualistas muito antes de ela ser fundada.
Um exemplo claro disso e a presença do Mestre CatimboZéiro Zé Pelintra nos terreiros umbandistas.
Zé Pelintra e uma entidade muito conhecida no Nordeste do pais, e uma entidade conhecida, popularmente, como sendo um malandro, o sentido da palavra malandro se referindo a Zé Pelintra e o mesmo que bon vivat, boêmio, ele não é malandro só por que faz malandragens, mas também por que a sua “vida” é vivida de forma malandra (festas, bares, mulheres etc.).
Há de se considerar também que o sentido da palavra malandro hoje não é o mesmo que do século passado muda-se a sociedade, mudam- se os cidadãos.
Seu Zé, como é chamado pelos íntimos, era nordestino, alguns dizem ser do Ceara (... ele vem de longe, vem do Ceara, ele é Zé pelintra, chegou para trabalhar... ), outros Alagoas (... quando vir de Alagoas, toma cuidado com o balanço da canoa...), de família pobre conheceu bem cedo as pilantragens para prover a sua subsistência, conheceu de perto a vida das periferias, sofreu a discriminação por ser migrante, de tão bonito que era se envolveu com muitas mulheres, após seu desencarne deixou criado um estereotipo que serviu de inspiração para Walter Elias Disney criar o personagem Zé Carioca que , só de longe, lembra Zé Pelintra.
Seu Zé é uma figura antiga no Catimbó, porém, a linha da malandragem como temos na Umbandanão, talvez por ela ser uma falange que nasceu na Umbanda, ou seja, é recente.
Alguns caminhos de Zé Malandro e Malandra
Enquanto no Catimbó e conhecido somente Zé Pelintra na Umbanda já se conhecem varias entidades que assim se identificam (Zé Pelintra Advogado, Zé Pelintra da Estrada, Zé Pelintra do Bar, Zé Pelintra da Encruzilhada, Zé Pelintra do Morro, etc.), junto dos homens vem também as mulheres conhecidas como Pomba Giras Malandras (Maria Navalha, Maria Sete Léguas, Maria do Pente Fino, Maria Rosa Navalha etc. ) vem as jovens conhecidas como Malandrinhas (Malandrinha da Rosa, Malandrinha do Morro Alto, etc.) como também os jovens conhecidos como Malandrinhos.
Se referindo aos Malandrinhos e as Malandrinhas ha de se saber que o Exú Malandrinho é uma das Entidades mais novas nos Terreiros de Umbanda. A origem desta falange está associada, como se disse, aos ‘discípulos’ de Zé Pelintra, no entanto, ele (o Malandrinho) nada tem a ver com Zé Pelintra, a não ser algumas semelhanças tais como: gosto pela boemia, os jogos, as mulheres (que tratam como rainhas) e a sabedoria de lidar com os problemas da vida e como sair deles.
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As Entidades que compõe esta falange são na sua maioria, espíritos que viveram na sua última encarnação, situações de abandono familiar, e, não tendo como sobreviverem, fizeram da rua, a sua morada, nela aprenderam a sobreviver e a se proteger.
Alguns se tornaram ‘experts’ em jogos de azar como baralho, dados, ‘porrinha’ etc. Outros trabalharam em Cabarés, onde eram muito paparicados pelas ‘meninas’, que eles defendiam com unhas e dentes. E tem ainda aqueles que se tornaram ‘contadores de histórias’. Em troca de algumas doses de bebidas, cigarros e alguns trocados, contavam casos que tiravam da sua própria imaginação ou ainda situações que viveram.
Malandrinho é uma Entidade alegre, extrovertida, defensor dos mais fracos e principalmente dos desregrados. À esses, ensina que malandragem não é vadiagem. E sim, a arte de saber viver com ética e responsabilidade: O que se faz, deve fazer bem feito, caso contrário, vai pagar pelo erro. Não gosta de enganar as pessoas de bom coração. Mas com aquelas que se julgam muito espertas, ele esta sempre dando uma ‘rasteira’.
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