Encantados das Águas no Tambor de Mina
No Maranhão, o Tambor de Mina soa como um rio invisível. Cada batida de tambor abre caminhos para os encantados — espíritos que não conheceram a morte comum, mas se encantaram nas águas, matas e ventos, vivendo entre o mundo visível e o mundo sagrado.
Entre eles, brilham os encantados das águas, forças ancestrais que habitam rios, mares, baías e portos misteriosos. Quando descem nos terreiros, trazem cura, coragem e lembrança das antigas rotas espirituais.
As famílias encantadas são como correntes de um mesmo oceano:
Lençol, a realeza aquática, com Dom Sebastião, Tóia Jarina e princesas de luz que reinam na Praia dos Lençóis.
Turquia, com suas princesas mouras e caboclas do mar profundo, como Mariana e Herondina.
Codó, comandada por Légua-Boji, caboclo das encruzilhadas do mar e do rio, guardião de portos invisíveis.
Bandeira, povo guerreiro e pescador, firme como mastro ao vento, com caboclos como João da Mata e Iracema.
Gama, linhagem de equilíbrio e nobreza, com Dom Miguel da Gama e Rainha Anadiê, cores vivas de honra e tradição.
Baia, caboclos livres como a maré — Xica Baiana, Mané Baiano, Zé Moreno — donos da festa e da palavra.
Surrupira, força indígena e feiticeira, quebradores de demanda, com Vó Surrupira e o Índio Velho guardando a mata encantada.
Botos, Marinheiros, Caravelas e outras linhagens, navegando no mundo invisível, trazendo cura, jurema e histórias do fundo do rio.
Cada toque de tambor é onda. Cada canto é maré. Quando os encantados das águas chegam, o corpo vira porto e a alma, navio.
Honrar essas famílias é reverenciar rios, mares e baías — porque as águas falam, curam e encantam.
.jpg)

0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial