sábado, 16 de julho de 2022

Ajagunã instaura o reino da discórdia e promove progresso


Olodumaré dividiu com seus filhos Orixás a difícil incumbência de governar o mundo.
Ajagunã também teve seu encargo, seu posto, seu oiê.
Foi-lhe destinado o domínio do progresso.
Mas, em vez do progresso, ele plantou o conflito, a discórdia e a revolução.
Com ele a humanidade conheceu de perto a revolução.
Por vontade de Ajagunã, a cizânia se fez entre o homem e nações.
Governando um grande território africano, Ajagunã guerreava sempre com os seus vizinhos.
Mas os vizinhos iam a Olofin-Olodumare e protestavam pela agressividade de Ajagunã.
Diante de tantos protestos, o Ser Supremo o chamou e repreendeu por seus exageros.
Ajagunã contestou dizendo que seu pai vivia confortavelmente, sempre sentado na mesma cômoda posição, não se dando conta do furor transformador que a discórdia de Ajagunã gerava na Terra.
Ajagunã seguiu guerreando pelo mundo, fazendo do cotidiano dos povos um pandemônio, alastrando a arruaça, o tumulto, a balbúrdia e o litígio.
Até que um dia Olofin tirou-lhe o reino e o baniu para um distante continente.
No exílio, Ajagunã encontrou um povo que vivia em paz e isso enlouqueceu Ajagunã.
Rapidamente criou a discórdia entre aquelas tribos e a guerra se instalou-se no país.
Tanta guerra fez que ela voltou a se espalhar mundo afora, Olodumare, alarmado, chamou o filho e pediu-lhe que repensasse sua forma de agir.
Ajagunã disse-lhe que a discórdia era necessária para o progresso, somente daquela forma o ser humano criaria anseios de crescer e conquistar novos caminhos.
Sim, ele estava exercendo a função que o pai lhe atribuíra, defendeu-se.
O Supremo Criador aceitou as explicações de Ajagunã.
O mundo continuou a guerrear.
O mundo continuou a progredir.
Ajagunã não para nem para descansar.

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