sábado, 25 de junho de 2022

Meu nome é Yurema.


Yurema da língua Tupí.
Mas hoje em dia de Jurema sou
Chamada e assim sou invocada.

Eu sou o espírito da natureza
Que habita esta terra.
Eu sou a Mãe Natureza.
Por muitas vezes eu
Encarnei sobre a terra.
A última vez ja faz mais de
Quinhentos anos.
Eu nasci do barro puro
Sem sangue de pai ou de mãe.
Eu nasci do poder natural
Que faz o sangue correr
Nas veias de todos.
Nasci pele vermelha.
Nasci Tupí.
India!
Eu ali ainda em forma
De recém nascida estava
Caída aos pés de uma árvore.
A árvore Yurema... Jurema.
A Árvore espinhosa que tem
Um odor forte.
A árvore sagrada.
De que lugar a luz pode nascer
Senão diante da árvore Jurema?
Árvore velha...
Eu ali pequenina fui encontrada
Por um cacique de uma tribo.
Ele me chamou de Yurema
E me tomou como filha.
Eu conheci seu nome como
Tupinambá.
Sim eu fui Yurema filha
Do Cacique Tupinambá.
Vivi a vida como ela é.
Neste tempo eu podia encarnar
E nascer sobre a terra.
Hoje eu ja não posso mais.
Naquele tempo os homens
Viviam nus
Sem vergonha de seus corpos.
Viviamos da terra
E da água.
Éramos um só junto a natureza.
Mas e agora o que a humanidade
Se tornou?
A humanidade já não
Me deixa passar.
Se salvam poucos que crêem em mim.
Esses poucos ainda me conhecem
Como Cabocla Jurema
E eu venho ate eles.
E eu venho dentro deles
E pela boca deles eu falo.

Eu estava aqui no dia que os
Grandes barcos chegaram.
"Caravelas".
Eu vi com os meus olhos
O povo dessa terra ser dizimado
Por gente de pele branca.
Eu vi chegarem barcos
Cheios de gente de pele preta
E os pele preta junto com os
Pele vermelha foram feitos
Escravos.
Eu vi o ser humano se tornar
Um demônio.
Homens brancos
Sem coração.
Eu vi a desgraça em forma de gente
Matando.
Matando a natureza e tudo que há nela.
Matando até os dias de hoje.

E eu não suportei.
E eu voltei para o seio da terra.
Eu deixei a forma humana
E me uni aos encantados.

Hoje sou uma divindade
E eu não sou fiel a nenhuma religião.
Eu sou de todos os que me
Procuram.
Mas na Umbanda eu fui respeitada
Na Encantaria eu fui endeusada
Na Jurema Preta fui resgatada
No Candomblé fui reconhecida
E a toda essa gente eu sou grata.

Eu sou Cabocla Jurema!
A Rainha dos Caboclos!
Se existe Orixa vindo da África
Também existe Jurema
Nascida nesta terra!
Eu sou uma Divindade do Brasil!

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