sábado, 16 de julho de 2022

As Ekedes.....


Vamos falar sobre outra importante figura dentro dos Terreiros de Candomblé, as Ekedes (Èkèjí, Àjòyè, Ìyároba, Makota, a depender da tradição da casa ou nação).

As Ekedes são mulheres que não são incorporadas, mas sim, escolhidas pelas Divindades, para zelar por elas e pelo Sacerdote da Casa. São pessoas de grande importância na estrutura religiosa da comunidade, que são admiradas por todos.
Em grande parte das ocasiões, ao longo das festividades, algum Òrìsà escolhe entre as pessoas presentes, uma mulher para suspender/indicar como Ekede, é um momento de grande alegria para todos, onde os filhos da comunidade comemoram. Futuramente, essa mulher poderá, então, ser confirmada como Ekede.
Se fossemos “ranquear” a principal função de uma Ekede, poderíamos afirmar que é zelar pelo Òrìsà quando esse está incorporado em um filho/filha. Uma grande Ekede, sempre está muito atenta aos passos do Òrìsà, ela verifica se há a necessidade de enxugar o rosto da pessoa incorporada, analisa as paramentas, se estão machucando ou se, por ventura, estão se desprendendo das demais vestes.
As Ekedes, em verdade, começam a zelar pelo Òrìsà, antes mesmo da manifestação, sendo que elas verificam todas as roupas e ferramentas com antecedência, garantindo assim, que as Divindades sejam tratadas com muito carinho. Algumas, inclusive, se especializam como costureiras, bordadeiras, somente para ter o prazer de confeccionar as roupas dos Òrìsàs.
O que observamos, com bastante atenção, é que esse carinho/amor desprendido por muitas Ekedes as tornam referência em um Terreiro, sendo respeitadas e admiradas pela comunidade. Quando o Órìsà manifesta alguém, elas rapidamente aprontam tudo, garantindo tranquilidade aos Omo Òrìsà. Elas acompanham os Deuses ao longo das danças, se comunicam com eles e, por vezes, intermediam a sua vontade aos Babalòrìsà/Ìyálòrìsà, Ògáns e outras Ekedes.
Esse trato direto com os Òrìsàs as torna muito próxima deles, razão pela qual, as Ìyáwò e Egbon possuem tanto carinho e respeito por essas senhoras, por vezes, as chamando de mães.
As Ekedes, também, dispensam igual carinho e atenção aos seus Sacerdotes, zelam pelos seus pertences e ficam sempre atentas a qualquer pedido/necessidade. Muitas vezes, atuam como uma espécie de “relações públicas”, representando o Terreiro e recepcionando os visitantes mais ilustres.
As Ekedes, diferente das Ìyáwò e Egbon, não utilizam as saias de baiana com anáguas. A vestimenta das Ekedes varia entre as casa, mas aqui em Salvador, elas usam os chamados “vestidos nago” ou saia sem roda (anágua), permitindo dessa forma, uma maior flexibilidade para as suas atividades. Em Salvador, somente pela roupa já conhecemos quem são as Ekedes do Terreiro.
As Ekedes são pessoas de grande importância nas Casas de Candomblé, que por meio das suas ações, conseguem contribuir de forma significativa para que o período em que o Órìsà permanece incorporado, seja tranquilo e apaziguador, seja para o filho incorporado, para o Órìsà e, mesmo para toda a comunidade.
O que torna uma Ekede referencia para as demais e para o Terreiro, essencialmente é sua postura perante o Òrìsà e, perante o seu Sacerdote. Para uma grande Ekede, o seu objetivo principal é conseguir tratar o Òrìsà como carinho e amor, essas são as características que tornam uma Ekede em uma grande Ekede.
E EKEDI
A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou".
Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de "mãe", por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.
Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.
A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.
Mas, a tarefa de uma ajoié não se restringe apenas a cuidar dos orixás, roupas e outras coisas. Uma ajoié também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.
existem na casa o cargo de YATENIN:é a primeira ekedi ;os olhos do sacerdote
SIDAGÃ:é a segunda ekedi ;é responsavel por vestir os voduns e cuidar de eleguá
SURGE A PRIMEIRA EKEDJI
Olissá criou a d’angola , quando habitantes de uma aldeia estavam sendo assombrados por Ikú , que por ordem do grande rei pegaram uma galinha preta e pintaram com efun , e quando Ikú viu aquele animal estranho fugiu assustado e nunca mais voltou.
Aziri pegou então a d’angola que passou a ser um animal sagrado e fez dela seu primeiro Yao.
Até que um dia Aziri resolveu fazer em sua mucama e assim foi criado o primeiro vodunci que mais tarde se tornaria uma sacerdotiza.
Vendo que a noticia se espalhara depressa e que os outros voduns fariam o mesmo Aziri resolveu fazer uma reunião e consultou Orunmilá que convidou todos os voduns .
Chegando a reunião Orunmilá ordenou que cada vodun escolhesse ainda no ventre da mãe uma criança para que ela fosse o sacerdote do vodun e que não virasse com nada . Já que se na terra fariam vduncis e mais tarde seriam sacerdotes quem zelaria por eles , se todos virassem com vodun quem olharia pela casa de santo por tudo , quem zelaria por eles voduns quando viessem no ori dos vodunces.
Assim surgiu a primeira ekedji do ventre de uma mucama de Aziri.
Ekedjis:
1.Gonzegan: Ekedji responsável pelo Grá.
2.Dogan (dôgan): pessoa responsável pela comida dos voduns. Esse cargo pode ser ocupado tanto por uma ekedji como por uma vodunsi.
3.Nandevó: Ekeji responsável pelas roupas utilizadas pelos voduns, geralmente são pertencentes ao vodun Lissá.
4.Nandokpé: Responsável pela limpeza dos assentamentos e pedras dos voduns. (Não confundir com Nadopé - despedida dos voduns jeje-mina).
O QUE MAIS TEMOS A DIZER ?
Ser Ekedji é ser amor...
É ser os olho do(a)
Zelador(a),
A cantiga, a palavra e a
Compreensão
Ser Ekédji é ter o coração
Preenchido de,
Infinito amor, respeito
E zelo..
É ver a criança nascer...
Fecundar, cuidar...
Sob os seus abraços...
Um laço de vida e
Esperança..
A força, a fé e a magia
De cada vodun
É ser abençoada por
Deus e escolhida para
Dar continuidade...
É ser o doce gesto, o
Eterno acalanto, a mão
Que orienta, e conduz...
Luz infinita no exercício
Impecável de ser..
Mãe...
Que o plano que reside
Acima de nós
Para sempre nos orientar,
Guiar e proteger,
Para que nossas atitudes
Dignifiquem cada
Gota de energia de
Cada filho que nos é
Entregue nos braços, e
Que seus abraços
Representem à mágica
Troca na expressão
Infinita
Do verbo “Amar” !!

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