JEQUIRITI 2 (Abrus precatorius (Wérénjéjé, Ewé jéjé))

Jequiriti, olho-de-pombo, tento-miúdo, olho de saci, olho- de-exú.
Trepadeira nativa da Mata Atlântica e de Florestas do Caribe, essa folha possui imenso prestígio entre os adeptos do Candomblé, pois é uma das principais folhas de Esú e Osaiyn. Algumas pessoas costumam brincar que enquanto Ogún se veste com o mariwo, Ossaiyn se veste com o owérenjèjé. Outro nome que recebe é Ewé Àse (folha do poder), denotando assim sua grande força e motivo pelo qual merece destaque. Embora seja considerada a primeira folha do orò, durante o ritual da Asà Òsányìn é a folha que deixamos para cantar por último, momento em que, logo após, se canta para Esú Odara. O tento miúdo guarda muitos mistérios consigo pois, ao mesmo tempo que permite que o Esú individual (Bara) dê caminhos aos homens também pode trazer muita confusão e discórdia, quando empregada de forma incorreta.
É muito usado dentro da Santeria na forma de Omí eró, os negros cabinda a chamam pelo nome de Nfingu e utilizam suas folhas para acalmar a tosse, maceradas com vinho de palma ou simplesmente mastigando-as. Entretanto, o jequiriti é extremamente tóxico, uma vez que de suas sementes é extraída uma grande quantidade de proteínas venenosas, entre elas a abrina, que possui ação parecida com o veneno da víbora. Por isso está incluída entre as plantas mais venenosas do mundo. Suas propriedades toxicológicas e fisiológicas são capazes de aglutinar hemácias impedindo assim a circulação do sangue, sendo altamente letais em pequenas quantidades. Essa planta ficou muito conhecida no filme “A Lagoa Azul”, pois teria sido a “planta proibida” que após ser ingerida pelo casal de amantes levou os mesmos a morte.
Na fitoterapia, suas folhas costumam ser aplicadas em solução sobre a pele, em caso de eczemas cutâneos e para tratar conjuntivite (1 mL de líquido da semente em 100 mL de água). As sementes servem como contraceptivo oral, misturadas com outros ingredientes. É importante observar que a ingestão de suas sementes cruas pode causar dor abdominal, náusea, vômito, diarréia, calafrios, vertigem, desmaios e sangramento retal. Alguns estudos revelaram que a abrina quando aplicada na forma de injeção subcutânea pode causar convulsão e morte devido à paralisia cardíaca. Por isso devemos ter muito cuidado com a utilização desse poderoso ewe, que é extremamente quente (gún).
Wérénjèjé,
Kan kan ma obarìsà
Ìbá ni bàbá
Ìbá ni yeye
Ìbá nba tun so
Ma so ku arò
A fi ipa nla d’àsé
Omo Obàtalá
Bàbá ye Oba alaiyé
Eurenjeje, eurenjeje
Adoramos orixá somente
A benção é do pai
A benção é da mãe
A benção direi de novo
Direi bom dia
Aquele que usa grande força para ordenar
Filho de Obatalá
Pai, por favor, Rei do Mundo
Bàbà ere ije je
Bàbà ere ije je
Gba akòrò agbá òrìsà
Igba eyín bàbà
Igba eyín yeye
Igba eyín bàbà da koso lo ma arò
A fi pa Ada asé Omo Obàtàlà
E bàbà e araiyè
oloje iku ike obarainan
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