quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Egun/Egungun



O termo Egun ou Egum é uma palavra da língua yoruba usada no Candomblé que significa alma ou espírito de qualquer pessoa falecida iniciada ou não.
Diferente da palavra Egungun que são considerados espíritos de homens importantes iniciados nas Religiões tradicionais africanas, no Culto aos Egungun e no Candomblé que são cultuados após a morte chamados de Baba (pai) Egum (espírito).

O termo Egum é muito abrangente, pode ser desde um espírito considerado de luz, de um parente, como um espírito desorientado obsessor que precisa ser afastado.

Egungun, espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá.

No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados.

Normalmente chamado de Babá (pai) Egun, Babá-Egun. Também pode ser referido como Êssa nome dos ancestrais fundadores do Aramefá de Oxóssi (conselho de Oxóssi, composto de seis pessoas). Ou Esa espírito dos adoxu e dignitários do egbe (casa).

Os nagôs, cultuam os espíritos dos mais velhos de diversas formas, de acordo com a hierarquia que tiveram dentro da comunidade e com a sua atuação em pról da preservação e da transmissão dos valores culturais. E só os espíritos especialmente preparados para serem invocados e materializados é que recebem o nome Egun, Egungun, Babá Egun ou simplesmente Babá (pai), sendo objeto desse culto todo especial.

Porque o objetivo principal do cultos dos Egun é tornar visível os espíritos dos ancestrais, agindo como uma ponte, um veículo, um elo entre os vivos e seus antepassados. E ao mesmo tempo que mantém a continuidade entre a vida e a morte, o culto mantém estrito controle das relações entre os vivos e mortos, estabelecendo uma distinção bem clara entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos (os dois níveis da existência).

Baba – escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil.Assim, os Babá trazem para seus descendentes e fiéis suas bênçãos e seus conselhos mas não podem ser tocados, e ficam sempre isolados dos vivos. Suas presença é rigorosamente controlada pelos Ojé (sacerdotes do culto) e ninguém pode se aproximar deles.

Os Egungun se materializam, aparecendo para os descendentes e fiéis de uma forma espetacular, em meio a grandes cerimônias e festas, com vestes muito ricas e coloridas, com símbolos característicos que permitem estabelecer sua hierarquia.

Os Babá Egun ou Egun Agbá (os ancestrais mais antigos) se destacam por estar cobertos com uma roupa específica do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia, são enfeitadas com búzios, espelhos e contas e por um conjunto de tiras de pano bordadas e enfeitadas que é chamado Abalá, além de uma espécie de avental chamado Bantê, e por emitirem uma voz característica, gutural ou muito fina.

Os Aparaká são Egun mais jovens: não têm Abalá nem Bantê e nem uma forma definida; e são ainda mudos e sem identidade revelada, pois ainda não se sabe quem foram em vida.

Acredita-se, então, que sob as tiras de pano encontra-se um ancestral conhecido ou, se ele não é reconhecível, qualquer coisa associada à morte. Neste último caso, o Egungun representa ancestrais coletivos que simbolizam conceitos morais e são os mais respeitados e temidos entre todos os Egungun, guardiães que são da ética e da disciplina moral do grupo.

No símbolo “Egungun” está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste-mundo num ser-do-além, de sua convocação e de sua presença no Aiyê (o mundo dos vivos). Esse mistério (Awô) constitui o aspecto mais importante do culto.

Egungun é um culto muito importante entre os Yorubas. Eles são aqueles que os yorubas chamam de Ara-orun kinkin (o povo de céu). Os yorubas acreditam que os mortos devem ficar em forma de espírito entre o Orun (céu) e Aiye (terra).

Os Yorubás acreditam que existem duas formas de Egungun:

Egungun Ara Orun

Egungun Ara Aiye

Egungun Ara Orun:- É uma forma de Egungun que existe quando a pessoa morre no tempo certo e logo ele volta para orun na forma espírita enquanto o corpo é enterrado.

Este tipo de egun geralmente não perturba muito, ele volta para terra para ajudar a família quando necessário.

Quando este egungun segue dependente do estado do odu (destino) da pessoa é determinado se ele (egungun) conseguirá ou não ajudar a família.

Por exemplo: Se a pessoa não tem odu que transforma esta energia para boa, esta energia vai acabar. Se der resultado negativo, a pessoa precisará fazer ebó para egungun para transformar esta energia em boa.

Egungun Ara Aiye: São tipos de egungun que passaram pela morte antes do tempo estipulado pelo destino (odu), eles não ficam no orun (céu) ou aiye (terra), eles voam entre os dois e geralmente são eguns que incomodam, principalmente pessoas que são mortas repentinamente. Este tipo de Egungun é tão perigoso que até a família da vítima dele é perturbada.

Egungun Ara Aiye: São tipos de egungun que passaram pela morte antes do tempo estipulado pelo destino (odu), eles não ficam no orun (céu) ou aiye (terra), eles voam entre os dois e geralmente são eguns que incomodam, principalmente pessoas que são mortas repentinamente. Este tipo de Egungun é tão perigoso que até a família da vítima dele é perturbada.

OFERENDAS A EGUN

– Oguidí.

Coloca-se de molho, numa panela de barro, uma quantidade de farinha de milho bem fina (milharina). Esta farinha deverá permanecer de molho por dois ou três dias até que fermente. Uma vez fermentada, acrescenta-se canela em casca; anis estrelado em pó (Pimpinella anisum, L.),; baunilha (Epidendrum vanilla, L.) e açúcar mascavo. Cozinha-se em fogo lento.
Quando tudo tiver adquirido a consistência de uma massa, retira-se do fogo e enrola-se em folhas de mamona (Ricinus communis, L.). Depois de enroladas e bem amarradas para que não se abram, coloca-se uma panela com água para ferver. Assim que a água estiver fervendo, coloca-se dentro, as trouxinhas, deixando que cozinhem durante quinze minutos, retirando-se em seguida e colocando-se de lado para que esfriem. Quando estiverem frias, retira-se o invólucro de folhas e arruma-se numa travessa de barro, regando-se com bastante mel.
Deve-se fazer sempre, um número de nove oguidís ou então, o número correspondente ao Odu que determinou a oferenda.
Entrega-se a Egun na porta do cemitério ou nos pés de uma árvore seca.

– Olele

Deixar, por 3 dias, uma porção de feijão fradinho (Vigna sinensis, Endl.) de molho na água.
No terceiro dia, moe-se o feijão fradinho no liqüidificador usando a menor quantidade de água possível, para que a massa resultante fique bem espessa.
Refoga-se, numa panela à parte, uma cebola, pimentão vermelho, cominho, orégano e tomate. Quando tudo estiver bem refogado, junta-se 2 ovos e deixa-se no fogo por mais um tempo, mexendo sempre, com uma colher de pau. Tira-se do fogo e coloca-se, com a colher, pequenas porções em folhas de mamona, embrulhando-se em forma de trouxinhas. Coloca-se as trouxinhas para ferver durante 25 minutos, depois do que, retira-se da água e deixa-se esfriar. Depois de frias, retira-se as folhas de mamona, arreia-se nos pés de Egun e, no terceiro dia, retira-se e enterra-se num terreno baldio ou dentro de uma mata.
Importante: As comidas oferecidas a Egun não levam sal, com exceção daquelas feitas para o consumo das pessoas, das quais retira-se uma pequena porção para oferecer a Egun.

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