domingo, 31 de maio de 2020

🏹 🍃 Oníṣèwè: O Senhor que domina as folhas 🍃 🏹














O nome Oníṣèwè se traduz como: Senhor que domina as folhas.
Ele ganhou este nome por ter sido um dos mais sábios alunos de Osanyín que por sua vez adquiriu costumes iguais, como por exemplo, o hábito de se manter recluso a floresta e ter rejeição por situações atribuladas preferindo o silêncio ondeera mais fácil caçar e fazer as magias com as folhas.
É o senhor das florestas, ligado diretamente à Osanyín com quem vive nas matas, e rege as folhas mais altas, das copas das árvores. Possui ligações íntimas com Oyá, Obà e Íyèwá, porém, todas as outras Ìyágbás estão relacionadas a seu culto. Tem ligações com mais dois outros odés que são considerados seus irmãos, são eles: Dana-Dana e Onísángbò.
Trata-se de um orixá caçador e curandeiro, que detém os poderes mágicos e terapêuticos das folhas, aos que foram presenteados por Osanyín.
Odé muito misterioso e feiticeiro e muitos de seus ofós (segredos) são geralmente feitos em matas, em baixo de árvores e/ou em troncos de árvores secas.
Oníṣèwè no candomblé é cultuado como caminho de Ọ̀ṣóòsí, mas na verdade é um Orisá de culto próprio. Muito confundido com Odé Igbò e com Ibualama, mas nenhum destes dois Orisá tem relações com Oníṣèwè. A confusão que se dá e porque Odé Igbò foi o Odé enfeitiçado por Osanyín, enquanto Osanyín era apenas professor e amigo de Odé Oníṣèwè.
Veste-se geralmente o azul turquesa, mas pelo fato de usar cores alegres os adeptos de culto a Orisá pensam que se trata de um Orisá calmo e festivo, mas é um equívoco, Oníṣèwè é reservado e não gosta de festas ou situações agitadas, não gosta de ser tratado com intimidade, é bruto e severo. Usa adereços em cipó, capacete quase tampando o seu rosto. Em suas vestimentas podem ir chifres e peles de animais. Nas mãos o Ieruṣín de Oyá e seu Ofá de madeira ou de cobre e uma lança de madeira. Em sua roupa ficam presos o seu Irukèrè e um par de bilalás. Pode usar ainda uma capanga ou embornal de couro cheio com folhas de eró.
Orisá que é bastante comum ver ao lado do assentamento de Osanyín, e não se faz essa qualidade de Odé sem assentar Agué, Oyá e Bara, e estes obviamente sempre comem com ele.
Tem estreitas ligações com Egúngún e Iyá-mi.
É ligado aos pássaros e rege os espíritos das florestas, os caçadores que se perderam nos bosques durante as caçadas.
Seu assentamento geralmente é em uma panela de barro que é colocada dentro de um tacho de cobre simbolizando a grande presença de Oyá no culto desse Orisá. Se agrada ele muito com casa de João-de-barro, tanto que vai até em seu igbá, bem como vão dois chifres de búfalo também.
Nesse caminho Oníṣèwè ensina Oyá a caçar, sendo esta também sua amiga e companheira entre os bosques e florestas. Outra confusão é sobre Onira, já que ela é senhora das borboletas, mas Oníṣèwè não faz referência a Onira e sim a Ìyágbá Oyá (sabemos que Onira não é Oyá e sim uma Ìyágbá de culto individual, não sendo Onira citada no culto de Oníṣèwè).
A ligação de Oníṣèwè com Oyá é muito profunda, se sabe que eram intimamente ligados e que ela lhe ensinou muitos de seus feitiços e ele lhe passou toda a cultura dos Odés.
Aprecia além das comidas rituais de Oxóssi como axòxò, frutas variadas e bichos de caça, o acarajé, abará e aberém, assim como bastante feijão fradinho, ebô e ekó amarelo e vermelho.
Oníṣèwè é um Orisá muito raro, poucas casas o cultuam.
Ligado a Osanyín, teria sido encantado por Onilé, a mãe terra, que se impressionada por sua beleza, criou a primeira gruta e fez dela surgir água doce e límpida, porém ele precisa ensinar os homens a arte da caça, tendo que deixá-la só.
Por ser um caçador feroz e lavado de sangue, encontrou Obatalá que soprou sobre ele o pó branco chamado Efún para acalmá-lo, e por isso, transformando o vermelho do sangue em rosa (mistura de branco com vermelho= cor rosa).
Tudo seu tem a cor branca, azul claro e rosa.
Oníṣèwè aprendeu com seu pai, Babá Dankò, a caçar as Ìyámí que tentavam perturbar a ordem na aldeia, onde prendiam-nas no bambu fino e amarrado com um laço branco.

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