sábado, 9 de fevereiro de 2013

COMO OXUN SE TRANSFORMOU EM ESPOSA DE ORUNMILÁ



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Foram os adivinhos de Ijexá que, depois de consultarem Ifá para Oxun, encontraram este Odu e determinaram que ela seguisse a pé em direção à cidade de Ijebu, partindo de Ijexá, seu reino. Ela deveria seguir sozinha e não podia levar nada mais que as roupas de seu corpo e uma pequena cabaça aberta no pescoço.
No caminho, sentiu fome e vendo uma galinha com seus três pintos, resolveu capturá-la para lhe servir de alimento. A galinha, entretanto, conseguiu fugir e Oxun conseguiu a penas pegar os três franguinhos.
Sem possuir faca, a Iyagba arrancou, com as próprias mãos, as cabeças de cada um dos pintainhos derramando o sangue das avezinhas sobre a terra. Em seguida, Oxun recolheu e terra empapada com o sangue dos pintos e guardou-a na pequena cabaça que portava.
Foi quando assava as aves que surgiu Exu e Oxun, mesmo atormentada pela fome, ofereceu-lhe os pintinhos assados, pedindo que a acompanhasse no restante da jornada.
Exu, depois de comer a oferenda feita por Oxun, seguiu com ela e, logo adiante, encontrou a galinha fugida que, capturou, matou e ofereceu a Oxun, retribuindo assim a gentileza.
Alimentados e fortalecidos, caminharam os dois, rumo ao local onde a Orixá iria encontrar o seu destino.
Chegando em Ijebu, sem saber que o rei do local estava em guerra com o rei do país vizinho, entraram descuidadamente na cidade e logo foram capturados pelos guardas, suspeitos de serem espiões.
Levados à presença do ministro do rei, protestaram inocência em vão, pois acabaram sendo sentenciados à morte.
A notícia chegou aos ouvidos do rei, cujo nome era “Eleri Ipin” (*) que, curioso, quis ver de perto a espiã que, segundo diziam, era dona de beleza inigualável. Queria conhecer a jovem e seu servidor, que tiveram a coragem de vir fazer espionagem em seu reino.
Quando Oxun chegou na presença do rei que almoçava sentado em sua esteira, tratou logo de tirar os sapatos para, em seguida, sentar-se diante de sua majestade.
Uma vez acomodada, Oxun deixou cair sobre a esteira, sem que ninguém notasse, um pouco da terra com o sangue dos pintos sacrificados para Exu, que ela havia recolhido numa cabaça.
“Quem és tu?” Perguntou o monarca sem olhar no rosto da prisioneira.
"Sou Oxun, rainha de Ijexá, filha de Obatalá, e este é Exu, meu amigo e companheiro”.
Foi então que, encantado com a doce voz da mulher, o rei resolveu fitar a sua face.
Quando seus olhos depararam com os de Oxun, sentiu-se inebriado. Jamais havia visto olhos tão belos, dourados como o mel! O rei sentiu uma forte emoção e uma paixão incontrolável tomou de assalto o seu coração.
“O que fazes no meu reino? Não sabes que estamos em guerra com o país vizinho?” Perguntou.
“Estava apenas em busca de meu destino...” - respondeu a jovem -...” nada sei de guerras e nunca me envolvi em nenhuma”.
“Por que tirastes os sapatos antes de pisar em minha esteira?” - continuou o rei.
“Aprendi com meu pai que nas esteiras não se pisa com os pés calçados porque é sobre elas que os reis comem e dormem”.
Imediatamente o rei chamou à sua presença os seus ministros aos quais falou:
“Esta mulher, assim como seu acompanhante, são inocentes do crime de espionagem e não devem ser executados como determinou o primeiro ministro. Ordeno que sejam recompensados pelas injúrias sofridas e os convido a permanecerem no palácio, ela como minha esposa e ele como meu conselheiro”.
Foi desta forma que Oxun ficou sendo a primeira APETEBI (esposa de Orunmilá) e Exu seu fiel companheiro.

(*) O termo “Eleri Ipín” usado como nome do rei significa “Testemunho do Destino” e é um dos títulos honoríficos de Orunmilá, relacionado a uma de suas principais atribuições.

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