okó
Uma bandeja de madeira contendo côco, cana de açúcar, milho, inhame, todos os produtos da terra, todos crus, como oferenda.
Itan de Òrìsá Oko
Òrìsá Oko cria a agricultura com a ajuda de Ògun
No princípio havia um homem que se chamava Oko.
Mas Oko não fazia nada o dia todo,
não havia o que fazer, simplesmente.
Quando os alimentos na Terra escassearam,
Olorun encarregou Oko de fazer plantações.
Que plantasse inhame, pimenta, feijão e tudo mais que os homens comem.
Oko gostou da sua missão, ficou todo orgulhoso,
mas não tinha a menor idéia como executá-la.
Até que viu, debaixo de uma palmeira, um rapaz que brincava com a terra.
Com um graveto ele revolvia a terra e cavava mais fundo.
Oko quis saber o que fazia o rapaz.
"Preparando a terra para plantar, para plantar as sementes que darão as plantas", explicou o rapaz de pele reluzente.
"Que sementes , se nem plantas ainda há?!", perguntou, incrédulo, Oko.
"Nada é impossível para Olòdùmàré", foi a resposta.
Começaram então a cavar juntos a terra.
O graveto que usavam como ferramenta quebrou-se e passaram então a usar lascas de pedra.
O trabalho, entretanto, não rendia e Oko saiu à procura de alguma maneira mais prática.
Outro dia, quando Oko voltou sem solução, o rapaz tinha feito fogo, protegendo-o com lascas de pedra.
Viram então que a pedra se derretia no fogo.
A pedra líquida escorria em filetes que se solidificavam.
"Que ótimo instrumento para cavar!", descobriu efusivamente o inventivo rapaz.
Ele pôde então usar o fogo e fazer lâminas daquela pedra, e modelar objetos cortantes e ferramentas pontiagudas.
Ele fez a enxada, a foice, e fez a faca e a espada e tudo mais que desde então o homem faz de ferro para transformar a natureza e sobreviver.
O rapaz era Ògún, o Òrìsá do ferro.
Juntos revolveram a terra e plantaram e os alimentos foram abundantes.
E a humanidade aprendeu a plantar com eles.
Cada família fez a sua plantação, sua fazenda, e na Terra não mais se padeceu de fome.
E Oko foi festejado como Òrìsá Oko, o Òrìsá da fazenda, da plantação.
E Ògún e Òrìsá Oko foram homenageados e receberam sacrifícios como os patronos da agricultura, pois eles ensinaram o homem a plantar e assim superar a escassez de alimentos e derrotar a fome.
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