sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Èmí – A importância do Sopro da Vida

Os seres humanos são chamados ènìyàn (os escolhidos), porque eles foram ordenados “para transmitir a bondade” para o mundo, sob as ordens de Òlódùmarè. Em outras palavras, permanece a divindade na humanidade, e vice-versa.
Vamos agora considerar o Ori-inu. A ideia africana de espírito foi concebida e descrita de maneiras diferentes. Em yorùbá, a ideia do Eu transcendental, ou espírito, tem sido difícil de expressar em Inglês. Alguns chamaram o espírito de Èmí.
Èmí é invisível e intangível. Esta é a força da vida soprada em cada ser humano por Òlódùmarè. Não deve ser confundido com Eemi, que é simplesmente respiração. Èmí é o que dá a vida ao corpo. Quando ele o deixa, a vida cessa.
O yorùbá diria sobre um cadáver:
Èmí re ti bo.
Seu Èmí foi embora.

Porém, ela (Èmí) não é espírito.
Ela é invisível e intangível, é seguramente relacionado com a respiração, o que pode ser pensado em residir na boca e no nariz.
O verso abaixo nos mostra o quanto Èmí é importante.

O Odù Ìwòrì ‘Ìròsùn (Ìwòrì Gósùn) diz:

Ifá foi lançado para Oni Gósùn
Ao chorar por causa de sua pobreza
Ele foi aconselhado
A fazer oferenda com (osùn)
E uma abundância de dinheiro
Este foi o ebo prescrito
Quando o ebo for realizado
Não use o ebo para tocar sua cabeça
É o peito que você deve tocar
Seu Ori vai aceitar o sacrifício
Mesmo que o seu peito recuse a oferta
Após, o ebo ter tocado seu peito ele vai para Èşù.

Èmí é muito importante, pois enquanto ele estiver do nosso lado, estaremos vivos.
O verso abaixo canta, que por ser tão importante Ọrúnmìlà vem a se casar com ela, Èmí é um personagem importante em nossa vida.
Esse canto nos diz o quanto é importante cuidarmos de nosso corpo, de nossa alimentação, de não termos vícios, para não anteciparmos, por nossa própria ignorância, o dia de nossa volta para casa (Ợrùn) e deixarmos de cumprir nosso destino (Objetivo primordial na vida do ser humano, Abimbola).
Cuidemos de nossos hábitos, cuidemos de nosso corpo para que Èmí não nos abandone.

Odù Èjì Onile – Èjì Ogbè diz:

A cabeça do albino é cheia de cabelos cinza
O corcunda carrega o material de Òòsà sem ajuda
É de Lààlààgbàjà que ele tem trazido todas suas coisas
Estes foram os sacerdotes que fizeram divinação para Ọrúnmìlà
Quando ele estava vindo para ter Èmí
A filha de Òlódùmarè, como uma esposa.
Èmí, a filha de Òlódùmarè.
Descendentes daquele que senta-se sobre uma fina esteira e cuja cabeça está desprotegida da chuva.
Foi dito para Ọrúnmìlà fazer um sacrifício,
Ele fez.
Foi dito para ele fazer um sacrifício para Èşù,
Ele fez.
Seu sacrifício foi imediatamente aceito pelas divindades.
Ele disse: Eu realizarei, se Èmí não falhar.
Há esperança de ter dinheiro
Isto é certo
Existe a esperança de ter dinheiro
Se Èmí não falhar
Há esperança de ter esposa/marido.
Isto é certo
Se Èmí não falhar.
Há esperança de ter casa.
Isto é certo
Se Èmí não falhar.
Há esperança de ter filhos
Isto é certo
Se Èmí não falhar
Há esperança de ter saúde
Isto é certo
Se Èmí não falhar
Há esperança de ter todas as boas coisas da vida
Isto é certo
Se Èmí não falhar.

A concepção yorùbá da natureza humana se divide em duas partes: o material e o imaterial. O corpo material, a parte que age e reage ao ambiente físico, consiste no Ara, ou corpo físico, o Ojiji, ou sombra, e o Ije, ou mente.
Os aspectos imateriais, imperecíveis, incluem o Okan ou coração e o Èmí, ou espírito.
De todos os aspectos do homem, a Èmí é visto como a sede da vida, porque é a parte do ser humano mais próxima dos deuses. A maior parte da humanidade usa tanto o Okan (coração) como o Ara (corpo). A vida/duração de Èmí é determinado pelas ações da pessoa enquanto na carne.

Um Owe (provérbio) yorùbá confirma isso:

Àkúnlèyàn
E da Adele aye tan
Oju n kan gbogbo wà,

Nós nos ajoelhamos no Ợrùn.
Para escolher o nosso destino
Porém, nos esquecemos,
Por que estamos com pressa na vida!

Por Odé Gbàfáomi

Fontes consultadas:
Áwo Dino (In memoriam)
Bàbá Sehinde A. Ademuleya
Dr. em Antropologia da Universidade Obafemi Awolowo, Ìbàdàn – Nigéria.
J. Olumide Lucas, A Religião do yorùbá, Londres, A. Brown & Sons, 1948.

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