quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Tempo e o Orixá



Agimos como se tivéssemos todo tempo do mundo, como se nunca fossemos morrer, mesmo sabendo que um dia Iku chegará e nos levará. O candomblé é baseado nas forças da natureza, no principio e no fim e aprendemos que não há porque ter medo da morte, devemos respeitá-la e sendo inevitável, nos preparar e valorizar cada dia, cada segundo, nada de prender sua vida a guerras sem sentido, rompa a casca, rompa a barreira do orgulho e seja feliz.

O tempo é primordial para a evolução da alma, sem ele, sem vida e morte, estaríamos até hoje nas cavernas, entediados, pois mesmo que eu queira viver muito ainda, acredito que não há nada mais deprimente que viver para sempre. O Orisá e o tempo caminham juntos, olhe quantas adaptações o culto a Orisá sofreu e mesmo entre tantas guerras, escravidão, se perpetuou e hoje somos negros, brancos, asiáticos, europeus, ajoelhados perante ao sagrado, não é mágico? Será que se fosse uma mentira, teria chego até hoje?

Valorize seu tempo, viva plenamente e não tenha medo amar, além da inveja, o pior “contra-axé” é a frustação, é o arrependimento, isso mina a vida, te diminui. E a opinião dos outros? É dos outros, já vivi tempo suficiente para entender que escutar é diferente que seguir, é sábio abaixar a cabeça para ouvir um conselho, uma crítica construtiva, mas será uma tolice deixar que fazer, de crescer, de melhorar, porque alguém, que muitas vezes nem te conhece direito, dizer que você está errado e criar em seu ori(mente), barreiras.

Ajoelho para o tempo, mas cultuo Orisá, esse sim é eterno!

Mukuiu no Zambé 

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