sábado, 30 de julho de 2022

OGÁNS


OGÁN, nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé.
Ogan Apontado, pessoa apontada como possível candidato a Ogán. Equivalente ao Ogán suspenso.

Ogan Suspenso, pessoa escolhida por um Voduns, Inkices ou Orixás para ser um Ogán, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogáns da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogán.

Nessa primeira coluna falaremos sobre a importância dos ogáns nos rituais religiosos de candomblé. Começaremos deixando bem claro que os ogáns nao são concorrentes dos babalorixás e sim aliados fieis.

São pessoas que não têm a capacidade de incorporarem o Voduns, Inkices ou Òrìxà, ainda assim, são filhos de muita fé, sem em nenhum momento duvidar da existência dos orixás pelo fato de não sentirem o êxtase do transe mediunico. Foram escolhidos pelos Voduns, Inkices ou orixás para seus filhos e, como tal, eles devem apresentar-se numa casa de Voduns, Inkices ou Òrìsà.

Uma vez aceitos e devidamente entronizados na casa com seus devidos cargos (oyes), eles devem enquadrar-se antes de tudo como um filho do Òrìxà, atendendo também aos critérios e normas que cada casa de axé impõe aos seus filhos no regimento interno, depois é que vêm as prerrogativas e "status " do Ogán .

São suspensos e depois confirmados, receberão todas as obrigações necessárias, para o exercício de suas atribuições dentro de seus respectivos ile´s.

Ocupam vários cargos da casa de Jeje Mahin. Os mais conhecidos são.

1.Kpεnjígán (Pejigã): Responsável por todos os pejis da casa, é quem sacrifica os animais de 4 pata. Significa: Kpεnjí = sobre o altar + Gán = senhor. Trazendo a idéia de ”Senhor que zela o altar”. Ou ainda: Kpεn = pedra + Jí = verbo gerar + Gán = senhor. Trazendo idéia de “O senhor que gera (ou dá a vida) à pedra”.

2.Gannyikpέn (Gaimpê): Auxiliar do Kpέnjígàn, responsável pela invocação dos voduns. Pode substituir o kpέnjígàn.

3.Agbájígán (Bajigã): Responsável pelo agbasá (salão) e pelos cânticos. Também cuida dos pátios e dos atinsás.

4.Gánkutó: Responsável pelos ritos aos ancestrais e por Ayizan.

5.Gantó: Responsável pelo Gã, instrumento de metal que tem a mesma importância que os atabaques. É utilizado em todas as cerimônias.

6.Sojatin: Responsável pelos cuidados específicos dos Atinsas – as árvores sagradas. Pode também ser o conhecedor das folhas.

7.Húntó (runtó): dono do tambor. Responsável pelos atabaques, cantigas e rezas.

8.Húntógán (runtogã): Chefe dos húntó.

9.Rundevá, Rundeví, Seneví : Títulos dados em hierarquia para os ogans tocadores de atabaque (Rum, Rumpi, Lé).

Em uma casa de Voduns, Inkices ou Orixá, seja ela de Umbanda ou Candomblé, além do sacerdote, popularmente chamado de Pai ou Mãe-de-Santo, possuem outros elementos que dão suporte aos nossos trabalhos, e que são por excelência considerados autoridades na casa. O Ogan é um destes elementos.
Uma das principais características destes irmãos, é a capacidade mediúnica de ativar correntes energéticas e vibratórias através do canto e do toque, são eles o complemento fundamental para a concepção da força vibratória de um terreiro.
Ser Ogan, é ser detentor de um privilegio de poucos, é ser um sacerdote específico de louvor aos Voduns, Inkices ou orixás, é ser responsável pela alegria e vibração positiva do terreiro, responsabilidade que não se atribuí em igualdade litúrgica aos médiuns de corrente, aos quais são atribuídas outras responsabilidades dentro da linha doutrinária de cada terreiro,são elementos de extrema importância e confiança do líder espiritual da casa.
O Ogan de é por excelência um Pai espiritual, pois normalmente são exímios conhecedores das rezas e fundamentos de cada Voduns, Inkices ou orixá. Durante os trabalhos, sabem a hora exata de se entoar cada canto, seja ele para limpeza de um médium, ou seja para fortalecimento do terreiro.
É imprescindível salientarmos que, o Candomple e na Umbanda possuí ensinamentos e fundamentos específicos para a formação e fortalecimento do Ogan, enquanto parte de um corpo sacerdotal, no entanto, notamos que a falta do conhecimento em muitos casos, fazem com que o cargo ou título em questão, tenha um sentido menos valorativo em relação aos demais dentro de um terreiro, o que não é verdade!, Pois o dom, é uma dádiva de Deus, não é imposto, ele nasce com o homem.
Os fundamentos litúrgicos em relação à formação do Ogan, são apenas atos que confirmam o que Deus já consagrou, no entanto, a ausência destes atos na vida do Ogan, em nada diminui sua importância enquanto sacerdote, apenas deixa em aberto alguns fundamentos de suma importância para o seu crescimento espiritual, e de auto valorização do Ogan de Umbanda.
Meus amados tratem com carinho e devoção seus Ogans, pois são eles que de alguma forma, fazem com que os caminhos á serem trilhados dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.

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