Pensamentos e Reflexões
Abrir a porta, confiança e recomeço.
Toda instituição que pratica uma atividade religiosa, em sua maioria, está aberta a receber à todos e com isso seus problemas, suas angustias e frustrações, assim também é no Candomblé, abrimos a nossa porta, porém nós zeladores, não podemos esquecer que somos guardiões da família de axé e por isso, precisamos ser criteriosos, pois não podemos esquecer que guardamos o que há de mais precioso na vida de uma pessoa, sua fé.
A todos que sentam na minha mesa ou procuram a minha ajuda, se assim Ifá determinar, ajudo no que eu posso e tiro o que tem no meu armário para fazer um ebó ou qualquer outro tratamento indicado, que pelo menos melhore a vida daquele filho, sem preconceitos ou distinção. Digo isso, porque muita gente diz que Candomblé é só dinheiro, que os zeladores só olham a parte financeira e isso não é verdade, pois mesmo não recebendo ajuda nenhuma do governo ou de qualquer outra instituição, eu e outros muitos babalorixás sempre levam auxílio ao que precisam, o grande problema é que uma minoria, não quer só a “ajuda” e sim que seja tirado de suas costas uma responsabilidade que é só deles. Dar a mão é uma coisa, o braço e o corpo inteiro, é outra completamente diferente.
Acredito que como em qualquer lugar, existam pessoas aproveitadoras e ruins, mas o Orixá está atento e olha cada passo, assim acredito que esses não chegam longe, afinal Exú é o senhor dos caminhos, e Egúgún protege o conhecimento ancestral e corrige aqueles que o profanam. Mas não podemos generalizar e sair por aí falando e denegrindo a religião, sei que a indignação é forte e ser enganado é muito ruim, mas temos que superar os obstáculos e valorizarmos as portas que são abertas pelo próprio Orixá, deixando o passado no passado.
Somos seres em eterna construção, cada passo, cada capítulo tem um começo, meio e fim, e o mais importante é a lição aprendida, pois todos nós erramos, sendo filhos ou pais, julgamos, brigamos e nem sempre seremos justos, mas há uma força chamada axé para abençoar ou corrigir e realinhar nosso destino. Levei facadas das pessoas que eu mais ajudei e nem por isso desistir do Candomblé. Pensem nisso!
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