terça-feira, 31 de março de 2015

I EMANJA RAINHA DO MAR








Assim como existem os três irmãos guerreiros: Já, Jagun e Ajagunan existem três irmãs guerreiras filha de Olokun que são Iyá Ogun, Iyá T’Ogun e Ogunté, cada uma ligada a um orixá. São muito parecidas e quentes, o que as difere são os orisás com quais fazem oro. Para Todas é imprescindível que se arrume o Orisá Ogun Alagbedé. São conhecidas como Iyemanjá Ogun.
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Iyá Ogun: Esta Iyemanjá também é conhecida como Iyá Ogun Ajipo, vive no rio e possui seios enormes. Guerreira e valente. É ela quem proporciona, às mulheres maduras, a possibilidade de gerarem filhos, suas contas são todas em tons cristais incluindo seu kele, se veste de branco e azul claro, ligada a Odé Arole e Ogun Alagbedé e todas comem Agutan (carneiro).
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Iyá T’Ogun: Também conhecida como Iyá Ogun Asomi Possui, como suas irmãs, caráter guerreiro e combativo. Costuma portar duas espadas ou facões de lâminas longas. Habita a superfície dos mares, mas pode também ser encontrada nos pântanos próximos do mar. É companheira de Omolu Azawani e Sango e devem ser arrumados para a mesma logo na iniciação. Suas contas são todas azuis escuras cristal incluindo seu kele. Veste-se de branco e azulão e seu abebé é em formato de peixe.
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Iyá Ogunté: Também conhecida como Iyá Okunté. Esta Iyemanjá. Esta é a mais guerreira de todas, vive com Ogun Alagbedé em campanhas de guerra. É mãe também de Ogun Alakoro e tem caminhos com Oxoguian. Não aceita pato em seus sacrifícios sendo então substituído pelo galo. Seu kele é feito de miçanga verde cristal e se veste de branco com verde escuro e porta um punhal nos seios e outro na cintura junto com o Axofá e na mão trás o alfanje. Nos braços desta Iyagbá não vão ides e sim 07 xabás pratas em cada braço.

AMARRAÇÃO HOMOSSEXUAL


3 velas vermelhas em forma de pênis; 2 velas brancas comuns; 1 vela votiva vermelha; 2 bonequinhos masculinos de pano vermelho ou branco, com os respectivos nomes completos dentro de cada; fitas vermelha e preta.


Coloque os bonecos juntos face a face, amarrados pelas fitas, dando 7 nós e chamando pela pessoa a ser atada a você. Ponha-os no centro de um triângulo feito pelas velas em forma de pênis. Posicione a vela votiva acima da cabeça dos bonecos e as velas brancas (com os nomes escritos em cada), juntas, lambuzadas de melado, abaixo da vela votiva. Acenda todas as velas, fazendo seus pedidos ao exu ou pomba-gira de sua confiança. Após o término da vela votiva, esconda os bonequinhos dentro de seu colchão ou outro local secreto em sua casa.


quinta-feira, 5 de março de 2015

Deveres do Sacerdote e sacerdotisa








Com o passar do tempo muito se tem escrito sobre a verdadeira função do sacerdote dentro da religião afro-brasileira, mas a impressão que eu tenho é que quase nada foi esclarecido, um Babalawo ou um Babalorisa é confundido com um proprietário da pessoa iniciada, as confusões acontecem ou por parte de quem é iniciado ou por quem inicia. É muito comum ouvir em minhas palestras perguntas sobre a relação de pais e filhos ou irmãos na casa de Orisa.
Algumas pessoas acreditam que se forem iniciadas pelo mesmo sacerdote que iniciou o seu cônjuge a situação caracteriza um incesto, isso nos leva a seguinte pergunta somos católicos ou pertencemos a Religião Yoruba (Èsìn Yorùbá) qual é a nossa verdadeira religião?
Uma grande quantidade de pessoas iniciadas em Orisa ainda seguem preceitos católicos ou orientações espiritas por desconhecer os versos de Ifá, não sabem que dentro desses versos existem as normas de comportamento que orientam os iniciados e o seu comportamento diante de Olodumare.
Eu escuto todo tipo de pergunta, é melhor assim, pior seria se as pessoas não perguntassem, continuassem com suas dúvidas, acredito que devemos dividir informações.
Existe algumas coisas que devem ser esclarecidas, uma pergunta frequente é relativa a preceito, sexo e pecado, no Odu Oworin Ofun, fala que o sacerdote não deve fazer sexo com sua esposa naquele dia, ele está comprometido com os rituais, todos as orientações de comportamento podem ser encontradas nos versos de Ifá, no Odu Osa Otura, fala que devemos sempre falar a verdade, no Odu Ogundakete, diz que não devemos roubar.
Um texto de Ifá muito conhecido do Odu Osetura, fala da importância das mulheres, do respeito que os homens devem manter por suas esposas, filhas e por suas mães, outro texto do Odu Ofun Meji, diz que o iniciado em ifá deve ver Iya Odu e se tornar um Babalawo, já no Odu Ogbe Meji, fica claro que a principal esposa de Orunmila só pode ser cultuada por quem passou por um ritual chamado Ipanadu (cerimonia que o awo se torna um Babalawo, momento que apaga se a luz para ver Odu).
No Odu Ogbe Yonu,fala sobre a relação financeira homem e a família da esposa diz que até o casamento todas as despesas da mulher devem ser mantidas pela família, mas depois do casamento o marido não deve deixar que a mulher passe necessidades, a manutenção da casa é responsabilidade daquele que assumiu a relação diante da família.
Ainda no Odu Ogbe Yonu, vamos encontrar dados referentes ao casamento de um Babalawo, nesse Odu diz que não deve haver a separação e nem o adultério, que as pessoas deveriam antes de assumir uma relação pensar bastante, fala ainda que aquele que escolheu viver com uma única mulher deve respeita-la e protege-la, ainda nesse Odu vamos encontrar uma advertência contra o uso de magia maléfica contra o cônjuge, nesse caso Ifá vai se lançar em sua defesa e não sabemos o que pode acontecer; nesse Odu diz que o Babalawo deve ter uma postura digna e não deve se envolver com outras mulheres, a punição para o sacerdote que não cumprir essa orientação diz Ifá: (que ele nuca vai atingir o sucesso em seu trabalho).
Obs: Com respeito ao numero de esposas o Babalawo deve seguir a orientação do seu odu e buscar uma forma de respeitar a cultura local, podemos tomar como exemplo o odu Oyeku Meji a onde ifá diz:
Que aquele nascido sobre esse signo só pode ter uma esposa, é evidente que também podemos considerar a leis de cada país, no Brasil é crime manter se casado com mais de uma pessoa.
O Odu Ogbeyonu, fala da punição do Babalawo, que desejar a mulher de outro awo, diz Ifá (aquele Babalawo ou iniciado em Ifá que deitar com a mulher de outro awo, não deve ver outro amanhecer).
No Odu Ogbe Meji, a necessidade do comportamento digno é enfatizada, de tal forma que a punição seria o infortúnio, a falta de sucesso e o total esquecimento, o abandono do sacerdote, suas orações não devem ser ouvidas, essa é uma das punições mais temidas, a relação homem Orisa deixa de existir.
No Odu Obara Egutan Encontramos em detalhes, a relação de um Babalawo, com a sua Apetebi, nesse verso de ifá diz (a escolha da esposa de um Babalawo é apontada por Ifá quando ela nasce), existe vários Odus que indicam essa relação, assim como também existe uma identificação bem clara nos versos de Ifá sobre quem deve se tornar um Iniciado e quem deve se tornar um Babalawo, ver Odu: Ogbe Meji, Oturupon Meji, Irete Meji, Iwori Meji etc.
No Odu Oworin Sindin, aparecem algumas indicações sobre a necessidade do homem cumprir o seu destino, assim como no Odu ogbe Ogunda, fala do cuidado com o Ori e a relação do homem com o destino por ele escolhido, tendo como testemunho Orunmila, isso nos remeti a uma reflexão encontrada no Odu Ogbe Meji (nem um homem deve se comprometer com um Orisa antes de conhecer o seu destino) essa afirmação indica claramente que o homem deve conhecer a indicação de Ifá para ter uma orientação sobre a sua vida religiosa, não é o homem que escolhe o Orisa é Ifá quem indica os Orisa que devem ser cultuados.
No Odu Obara Kosun, fala da punição violenta caso o iniciado não respeite o seu sacerdote e vice versa, o respeito deve ser mantido a qualquer custo assim como a segurança da egbe (família) o sacerdote deve usar todos os recursos que possui para proteger a sua família, dele será cobrado à omissão.
Ainda no Odu Obara Kosun, Ifá alerta sobre o uso do Opele, quem pode usar e sobre a remuneração, aquele que não usar o Opele com dignidade jamais vai ver o sucesso, nesse verso ifá deixa claro que um sacerdote não pode mentir e usar um instrumento de consulta em seu beneficio, jamais será aceito qualquer tipo de mentira usando o nome de Ifá.
O Odu Ogbe Alara, fala de Iwa (caráter) a indicação é clara nesse odu, a necessidade de manter uma postura reta, faz parte do dia a dia do iniciado, temos a obrigação diante dos Orisas, de manter um comportamento que honre toda nossa família e nossos antepassados, independente de nossa idade, a juventude não é desculpa para o erro a pouca idade, é característica que indica a inocência e não a má conduta, fica bem clara no verso do Odu Ofun Ose, que diz (é preferível um sacerdote jovem e honesto que um velho sem caráter).
Nos versos de Ifá vamos encontrar inúmeras recomendações de comportamento, inclusive referente à higiene, no Odu Ose Odi, consta uma relação bem clara sobre a necessidade de se manter limpo e com o corpo asseado, ainda nesse Odu diz Ifá (o homem tem responsabilidade com seus filhos até que possam se manter, encontrar uma ocupação e ter sua renda, é responsabilidade dos pais manter os filhos menores).
O Odu Obara Kosun, em seus textos indica que a pessoa que foi iniciada no culto aos Orisas ou no culto a Ifá deve fazer oferendas às divindades e manter os seus assentamentos em ordem, limpos o Ose (limpeza semanal) é responsabilidade do iniciado e não do sacerdote.
Ainda falando do comportamento de um Babalawo, diz Ifá no verso do Odu Ofun Gbadara, as coisas de Ifá não devem ser comercializadas por um Babalawo, (um Babalawo não deve ser um comerciante), nesse mesmo Odu diz (aquele que lhe prestou um favor, lhe deu uma ajuda deve ser recompensado) todo trabalho espiritual tem que ser remunerado, se não for assim como o sacerdote vai poder manter os seus assentamentos e continuar atendendo as necessidades dos que o procuram.
O Odu Ofun Nagbe, fala da prosperidade do Sacerdote fala que aquele que trabalha corretamente terá uma vida tranquila, assim como aquele que possui Ikin nunca lhe faltara o alimento (Odu Idin Ka).
Um verso do Odu Ogunda Ogbe, orienta sobre o dia do Ose semanal, um dia da semana devem ser reservados para cuidar dos orisas, nesse dia os assentamentos dos Orisas devem ser limpos, já no Odu Okanran Obara a orientação é sobre o assentamento de Egungun, diz Ifá (aquele para quem aparece esse Odu deve manter viva a imagem de seus antepassados, essa pessoa deve ser iniciada no culto a Egungun e deve honrar todos de sua família, com um assentamento que deve ser mantido sempre limpo e bem cuidado, é obrigação dessa pessoa escolher um sucessor que ira manter esse assentamento para que esse culto não deixe de existir.
No Odu Iwori Meji, fala sobre fazer magias para quem não tem como se defender, sobre o uso do conhecimento de um sacerdote contra quem não merece tal atitude, diz Ifá (aquele que ataca um inocente a maldade e a destruição voltariam para prejudica-lo).
No Odu Osa Meji, está bem claro que não devemos julgar o nosso semelhante, só Ifá pode saber o futuro de cada pessoa diz Ifá: (um Ori coroado não pode ser reconhecido por um ser humano, só Ifá identifica o Ori que será beneficiado), não devemos menosprezar ninguém.
O Odu Oturupon Ofun, fala sobre o suicídio, não é permitido a ninguém essa pratica só Ifá sabe e pode mudar o dia da morte, ainda nesse Odu diz Ifá: à longevidade não é encantamento, devemos nos afastar de tudo que possa diminuir o tempo de nossa vida, devemos fazer tudo para alcançar a longevidade.
No Odu Ogbeyonu, Ifá é bem claro não devemos ser arrogantes dentro da relação afetiva, devemos buscar o companheirismo como forma de melhorar os relacionamentos.
Em Ika Ogunda, ifá fala sobre a necessidade de orar para obter sorte e prosperidade, o homem deve manter suas orações, como forma de disciplina e humildade, nesse Odu assim como no Odu Ogbe Ogunda, diz: o horário de fazer as orações preferencialmente pela manhã logo que acordamos.
O Odu Osetura, diz não devemos nos exibir, devemos manter uma vida regrada e sem exageros, um homem não deve discriminar uma mulher e uma mulher não discriminar um homem, um velho jamais deve ser discriminado por jovem da mesma forma que um jovem não deve ser discriminado por um mais velho, o respeito deve existir indiferente da idade ou sexo.
No Odu Otura Irete, Ifá diz: (a bondade deve ser cultivada como forma de gratidão) a bondade deve ser praticada, não devemos ser ingratos, só Ifá sabe se não vamos necessitar em um futuro da ajuda de quem nos beneficiou no passado, não devemos desfazer de quem um dia nos ajudou.
O Odu Otura Ofun, deixa bem claro a necessidade de manter os ebós indicados por Ifá, se uma pessoa consulta, toma conhecimento do problema e não fazer os ebós indicados a responsabilidade deixa de ser do sacerdote.
No Odu Òtúrúpon`Otúa, fala sobre a necessidade do sacerdote estudar e ter conhecimento para honrar seus antepassados com sua capacidade, diz Ifá: é responsabilidade do iniciado, assim como do sacerdote o aprendizado, a capacitação daquele que abre as portas para o atendimento é uma responsabilidade assumida diante de Ifá, todo ato praticado dentro da casa de Orisa tem que seguir a orientação dos versos de Ifá; no Odu Iwori Otura, fala sobre a disciplina dos estudos e a educação do iniciado em Ifá deixando bem claro que devemos nos dedicar para obter uma educação adequada. O Odu Irete Ofun, fala do estado de perfeição e o alinhamento com Olodumare se não somos perfeitos devemos buscar a melhor forma de se assemelhar com a perfeição.
O Odu Iwori Ofun, fala do respeito que temos que manter por todas as pessoas, se queremos ser respeitados, devemos respeitar todas as pessoas sempre, a vida é um benefício recebido das mãos de Olodumare cabe a nós tornar digno o viver.
oloje iku ike obarainan

Abará










Abará é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé.
O abará tem a mesma massa que o acarajé: a única diferença é que o abará é cozido, enquanto o acarajé é frito.
O preparo da massa é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirada toda a casca, passa-se novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina.
( Com o advento da tecnologia, hoje existe no mercado a farinha de acarajé, já moída e processada o que facilitou muito a vida do povo de santo... )
A essa massa acrescentam-se cebola ralada, sal, camarão seco e azeite de dendê.
Quando for comida de ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão, e, quando fizer parte da culinária baiana, colocam-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que podem ser moído junto com o feijão, além de alguns inteiros.
Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira, semelhante ao processo usado para fazer o acaçá, e deve ser cozido no vapor em banho-maria. Pode ser comido puro, mas geralmente é ingerido com o camarão, caruru, vatapá e salada,e para quem gosta, pimenta.
Em algumas casas de santo de tradição, o abará é cozido no vapor, em cuscuzeira, o que não prejudica em nada sua ritualística.
O abará é servido como adimu dos seguintes orixás: Obá, Ewá, Oxumaré, Oxum, Oyá, Ibeiji e Xangô, entre outros (variando de nação para nação e de axé para axé).
Serve como oferenda, assim como item de ebós: ajé, Exu, odú e orixás.
Dependendo do orixá da pessoa e dos fundamentos da casa e do zelador entra na mesa de borí também.
O abará atrai a beleza e boa sorte no amor, pois está ligado à várias yagbás, e a riqueza e está relacionado à alguns ogborós ligados ao setor financeiro, como negócios, ou comércio.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Efun, Osun e Waji:






Diferenças entre efun, osùn e, wàji , estes facilmente importados do continente Africano, não havendo a necessidade de substituí-los.
Efun é um nome dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É conhecido na Umbanda como pemba, nome também usado pela nação angola.
Efun mineral é um pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza em várias cores, também. É utilizado na feitura de santo que serve para pintar o corpo do yawo, chamada de efum fum (pó branco).
Efun vegetal é um pó retirado de frutos tipo: obi, orobo, aridan, pichurin, nós-moscada e folhas sagradas. A mistura do efun mineral e o efum vegetal recebe o nome de atin e só deve ser preparada pela iyaefun ou iyalorixa. A farinha de mandioca é chamada naturalmente de efun nos terreiros de candomblé.
No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN AGBÉ:
- Efun - Um tipo de argila branca
- Osùn - Um tipo de pó vermelho terra cota, obtido da árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae
- Wáji - Um tipo de pó azul anil, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.
Cada uma destas cores estão relacionadas com determinados Odus e existem vários significados para as pinturas, poderei citar as três principais a saber:
As três representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun), o crepusculo (osùn), e o anoitecer (wàji).
A pintura também representam uma forma de proteção contra as forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que pousem sobre as pessoas e uma das principais caracteristicas destas pinturas, tem como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da iniciação.
O Wáji é muito importante no culto aos Orixás, uma vez que, junto com outros elementos, ajuda a proteger a cabeça dos nossos iyawos contra as Ajé. Segunda a crença africana essas pinturas impediriam que eleyé (ave ligada as Iyami) pousasse no ori dos recém iniciados, caso isso ocorresse seria um desastre para a pessoa

Os Seres Sagrados do Criador dos Homens






Òrìsà Nlá (Oxalá)foi designado por Olodùmáré para criar as características físicas humanas, afim de habitar a Terra nos primórdios de sua criação. Os mitos relatam que Òrìsà Nlá fez uso da lama primordial, denominada de amò o barro mítico de onde viemos e para onde retornaremos. A função desempenhada pela Grande Divindade Escultora, agora denominada de Alámòrere – Proprietário da Boa Lama, deu-lhe a prorrogativa de determinar a aparência humana perfeita ou deficiente. No grupo dos seres que nascem com deficiência física encontram-se em ordem hierárquica os seguintes portadores:
1- ÀFIN - Albinas
2. ABUKÉ – Corcundas
3. ARO – Aleijados
4. ARÀRÁ – Anões
As crianças que nascem dentro desta categoria são consideradas sagradas aos olhos do povo iorubá, acredita-se que são a personificação do próprio Òrìsà Nlá. Recebem a orientação de Ifá, onde de imediato são prescritas as oferendas e seus respectivos eèwò – tabus.
Durante um longo período, essas crianças são banhadas com água de fonte, onde somente as mulheres virgens e que cessaram por completo o ciclo menstrual podem apanhar este tipo de água. A cada quatro dias elas levantam antes do nascer do sol e em silêncio absoluto partem para o local onde esta localizada a fonte sem mencionar uma palavra com quem quer que seja. O Oba Odù que relata a origem dos deficientes físicos menciona: Suas vidas serão puras e límpidas como água apanhada logo cedo pela manhã! Òrìsà Nlá dá a seus filhos motivo para serem felizes e torna seus filhos prósperos:
Por mais pesado que possa parecer o fardo que os pais de uma criança deficiente tem que carregar pela vida toda, os Eni Òrìsà-Nlá são vistos com bons olhos e que possam trazer a toda família as bençãos dos Òrìsà Funfun – Divindades Brancas. Em território iorubá, olhar para estes seres sagrados com olhares maliciosos, preconceituosos ou mesmo fazerem chacotas sobre a sua condição física, é motivo para ficar amaldiçoado por um bom tempo, até que se preste homenagem a Òrìsà-Nlá para que a praga seja extinguida.
Assim acredita o milenar povo iorubá, que em uma época muito remota sacrificavam estes seres ou abandonavam em florestas!

O QUE É O AJEUM?









A palavra ajeum (ajeun) é a contração das palavras awa 
(nós) e jeun ou jé (comer), transformada poeticamente, em 
"comer juntos", uma refeição grupal, comunal. 
O horário do ajeum, no Africanismo, é um momento solene,
em que ocorre a reunião da comunidade em torno de um
alimento comum. É um momento de confraternização,
encontros e reencontros, do qual participam até mesmo os visitantes da Casa. Um momento de equiparação, quando o alimento é dividido para produzir uma Comunhão.
As comidas servidas aos integrantes e amigos da Casa
podem ser feitas por qualquer pessoa que saiba cozinhar, diferentemente do que ocorre, na confecção da comida das divindades.
É norma do Africanismo, oferecer comida uns aos outros,
com formas distintas de ofertar e agradecer.
Também no horário das refeições existe uma hierarquia.
O Sacerdote/Sacerdotisa, tem seu lugar resguardado
à cabeceira da mesa e só participam de sua mesa, aqueles
por ele(a) convidados, iniciados ou não.
Os yawôs que estiverem de preceito, comerão sentados em
suas esteiras, em locais mais resguardados.
Os demais, sentam-se em seus respectivos banquinhos.
O termo ajeum é muito abrangente, não se refere somente
à comida destinada aos homens, porque também é
denominativa da comida destinada aos Orixás.
Para o seu preparo, porém, são exigidos alguns preceitos,
tanto na montagem, como na entrega.
Muitas vezes, o homem compartilha com o Orixá o mesmo
alimento que lhe é ofertado.
Este momento, provoca a distribuição e a movimentação do
Axé da Casa, fortalecendo e trazendo um maior
entrosamento das forças divinas, com o homem.
O alimento faz o ser humano mais feliz e proporciona
um melhor equilíbrio e harmonia na comunidade!